Retrato da Mestra Makota Valdina

foto: Pedro Aspahan

Publicamos hoje esse belíssimo retrato que realizamos com Makota Valdina com uma hora e meia de duração. No segundo semestre de 2018, a recebemos como uma das mestras do curso Políticas da Terra. Esperávamos que ela voltasse em 2019 para chamar o mato de volta. Ao visitar a mata da Estação Ecológica, ela retorna nas imagens, com seus ensinamentos e cantos, nessa que foi a última filmagem que ela participou em vida.

No retrato ela fala da sua infância, da iniciação no candomblé, da centralidade do mato na relação com a vida, com a cura e com os inquices, da luta política, do movimento negro, além de cantar inúmeras cantigas de caboclo e outras cantigas em kimbundu e kikongo arcaico. Acompanhamos também a busca da Makota por uma planta especial, a Pindaíba, também conhecida como “corta feitiço” ou “tira feitiço”, que estaria extinta em Salvador. A planta guarda um lugar especial para a mestra pois compartilha com ela da sua natureza, pois a dijina de Makota Valdina é “Zimewanga”, que, como ela diz, “vem de zima-wanga. Zima é apagar, tirar. Wanga é o sofrimento, magia e alguns chamam também de feitiço. Então, ela é de quebrar o feitiço, de tirar o feitiço, ela tem a ver com a minha dijina, com o meu nome. Quando a gente tira o feitiço, a magia, o mal feitiço, tira o sofrimento.”

Filmado na Primavera de 2018

Makota Valdina
Terreiro Nzo Onimboya, Salvador

Educadora, líder comunitária e religiosa, militante da liberdade religiosa e porta-voz das religiões de matriz africana, dos direitos das mulheres e das populações negras.

Disciplina:
Artes e ofícios dos Saberes Tradicionais: Políticas da Terra

“Vocês podem até não acreditar, mas
tem mais gente além de nós aqui,
nos ouvindo, nos olhando,
tem energias aqui, conosco, interagindo.

Então, todas essas interações ocorrem
nesse mundo, nesse nosso plano natural.

A gente interage com o mundo
sobrenatural é nesse plano.

A gente não tem que esperar para ter
vida espiritual, nem estar em contato
com o que é espiritual depois da morte, não.

E o candomblé não faz outra coisa
senão manter, trabalhar e agir para
que essas interações ocorram.”

Makota Valdina
Meu caminhar, meu viver

assistente
Alice Pinto
Terreiro Nzo Onimboya, Salvador

agradecimento
Junior Pakapym

professores parceiros
fafich
André Brasil
César Guimarães

Escola de Belas Artes
Wagner Viana Leite

entrevista
César Guimarães

câmera
Pedro Aspahan

som direto
Guilherme Brant

edição e coordenação audiovisual
Pedro Aspahan

coordenação geral do programa de formação transversal em saberes tradicionais da ufmg
César Guimarães

comitê gestor
arquitetura
Renata Marquez

enfermagem
Lívia de Souza Pancrácio de Errico

engenharia
Marcos Bortolos

fafich
André Brasil
Luciana Oliveira

realização
PROGRAD
Pró-Reitoria de Graduação

Departamento de Comunicação Social

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