Mestres
Benjamin Wa’Aiho
Paixão Wa’umhi
Divino Tserewahú
Aldeia Sangradouro, MT

Professores parceiros
André Brasil
César Guimarães
DCS/FAFICH

Ementa
Cunhada na relação intercultural, a noção de “cinema indígena” tem encontrado vários paralelos nas expressões destes povos para lidar com a imagem, narrar e, sobretudo dar a ver, a si mesmos e aos brancos, suas imagens. Próximo à escuta dos anciãos, agenciador de situações coletivas, capaz de expandir as técnicas do xamanismo, e sobretudo, instrumento apropriado àquilo que estas tradições milenares mais prezam: o trabalho da memória.
Neste segundo semestre de 2016, a disciplina será conduzida pelo cineasta Divino Tserewahú, acompanhado de Benjamin Wa’aihö e Paixão Wa’umhi todos eles da etnia Xavante, moradores da Aldeia de Sangradouro (MT). Participante do projeto Vídeo nas Aldeias, Divino é um dos primeiros cineastas indígenas atuantes no Brasil e, desde 1990, vem realizando filmes em torno dos principais rituais de seu povo. Os filmes de Divino apresentam registros dos rituais, mostrando também as complexas negociações que se estabelecem para que tanto o ritual quanto as imagens sejam possíveis. São filmes sobre a memória e a experiência cultural dos Xavante, mas também sobre sua atualização, suas relações e embates.

A disciplina se divide em dois momentos: o primeiro – “Filmes-rituais” – se constituirá da exibição dos documentários, comentada pelo cineasta e pelos convidados Benjamin Wa’aihö e Paixão Wa’umhi, na tentativa de observar como se entrelaçam os protocolos rituais, os traços da cosmologia xavante e o cinema. O segundo momento – “Filmar a ciência” – será prático, consistindo na realização de vídeos sobre os protocolos e “rituais” da ciência e do conhecimento universitário, a partir da orientação de Divino.

Código: UNI 053
Período: agosto a setembro de 2016
Carga horária: 60 horas
Vagas: 30 (sendo 10 de alunos do FIEEI e 20 para os outros cursos da UFMG)