Tehoka Guaiviry, MS
Disciplinas
* Artes e ofícios dos saberes tradicionais, módulo “Cosmociência Guarani e Kaiowa” (disciplina piloto em 2014)
* Seminário Encontro de Saberes: conhecimentos tradicionais e conhecimentos científicos (disciplina piloto oferecida para a pós-graduação em 2014)
* Ojuhu Ñe’é/Mbopaje Ñe’e – Encontrar Palavra/Encantar a Palavra (2016.2)
Valdomiro Flores nasceu em Amambai-MS, filho de Quirina Vasquez e Antônio Flores, sobrinho do grande líder político e espiritual, Alberto Vasquez. É casado com Tereza Marília, com quem teve 10 filhos, cinco deles vivos e trabalhando junto com Valdomiro nos roçados do Guaiviry, território original onde viveram seus pais e os pais de sua esposa. Analfabeto segundo a escolarização formal, detém uma característica muito valorizada em sua maestria de rezador: ele o é por nascimento e não por um processo de formação e aprendizado vindos de outros rezadores. Manifestou, desde criança muito pequena, as habilidades para o diálogo com Ñanderu Guasu e as qualidades do mbareté (força espiritual) e aguyjé (busca da perfeição).. Outra característica de extremo valor em sua prática xamânica é que possui um vasto repertório dos cantos de sociabilidade (cotyhu e guahu), domínio dos rituais de cantos longos (mburahei puku) para alçar os quinze patamares celestiais, especialmente realizados nas quintas-feiras de todas as semanas e o domínio do canto do batismo do milho branco (jerosy puku). Seus cantos de reza longa, entregues a ele diretamente por Ñanderu Guasu, se renovam anualmente, outra característica considerada de grande distinção entre os rezadores Kiowa.
Entre os anos de 1971 a 1991, residiu no Paraguai para onde foi convidado a ir viver em virtude da fama de seus poderes xamânicos – tanto nas rezas rituais quanto nos trabalhos de cura e benzimentos. Em 1991, a convite de seu sobrinho Maurício Vasquez, então capitão da RI Amambai, voltou ao Brasil e permaneceu na reserva até 2011, mas sempre idealizando voltar ao grande território do Guaiviry.
Seu Valdomiro Flores é Kaiowa, povo que habita especialmente o sul do Mato Grosso do Sul e que mantém uma aliança política com os Nhandeva ou Guarani, por isso muitas vezes são chamados de Guarani-Kaiowa. Esse povo é do tronco linguístico Tupi-Guarani. É uma liderança espiritual comprometida com a luta pela reconquista dos territórios tradicionais, embora sua grande ênfase nesse trabalho seja a espiritualidade e a reza como forma de reconquista de diálogo com os parentes invisíveis que os habitam. Como a grande maioria de seu povo, trabalhou nas lavouras da região, principalmente no período de formação das grandes fazendas processo para o qual colaboraram tanto a força do trabalho indígena quanto suas formas de organização familiar e política que foram transpostas ao mundo do trabalho. Desse período, guarda ainda relações com os patrões hoje ligados ao comércio local nas cidades de Amambai-MS e Aral Moreira-MS. Atualmente o rezador tem desenvolvido seus trabalhos exclusivamente na Tekoha Guaiviry (território tradicional retomado por uma rede de parentes que também o ocupa), mas mantém ligações fortes com rezadores e parentes na Reserva Indígena de Amambai-MS e na aldeia Paĩ-Tavyterã de Ypeju, a aproximadamente 90km da fronteira do Brasil com o Paraguai, na região conhecida como Cerro Sarambi.
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