por Tadeu de Paula Souza
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

N-1 Edições

O texto do professor Tadeu de Paula Souza trata das perspectivas científicas e críticas sobre o contexto de pandemia embasado na cosmologia dos povos de terreiro Yorubá e dos Yanomami, fazendo referência também à obra de David Kopenawa e Bruce Albert, “A queda do céu: Palavras de um xamã Yanomami”.

“O assimilacionismo político-cultural, do embranquecimento, como aponta Kabenguele Munang, e da reprodução de uma subjetividade negacionista restringiu o fazer egbé ao espaço das artes e religiosidades, em que as matérias expressivas ameríndias e afrodiaspóricas são incorporadas numa inteligibilidade que as reduz à “contribuição” e “acessório” à cultura central branca e eurocêntrica.

Esse inclusivismo cultural, como provoca Paul Gilroy, tem a intenção de delimitar o campo de atuação de outras cosmologias que pensam o mundo e a vida a partir de outros paradigmas ético-estético-políticos que não o do egoísmo-unidade-concorrência.

Bloquear a imaginação e o devir revolucionário é a função da colonialidade, uma vez que impede que o egbé ganhe espaço político-insitucional. Em contrapartida inserir um modo egbé de fazer política e fazer instituição é uma estratégia de dar corpo e consistência à imaginação política e ao desejo de outros mundos possíveis.”

Tadeu de Paula Souza também participou como coordenador adjunto da Comissão de Políticas, Planejamento e Gestão da ABRASCO e atuou como consultor do PNUD e OPAS para a Política Nacional de Humanização/Ministério da Saúde de 2007 a 2015 na função de coordenador nacional da frente de Planejamento, Monitoramento e Avaliação.

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